Opinião

Estratégia de transformação digital da função fiscal: já definiu a sua?

Mas até que ponto os intervenientes da função fiscal (e financeira) estão efetivamente conscientes do que tudo isto significa, do impacto para a sua organização e do que é necessário fazer acontecer e como? Até que ponto os responsáveis da função fiscal estão preparados para uma mudança exponencial? Nesta era de transformação digital o conceito de “business as usual” está ultrapassado. O mundo em que trabalhamos nunca mais será o mesmo, e as competências necessárias são muito diferentes. A função fiscal será assegurada cada vez mais por sistemas, automatismos, geridos por profissionais com competências de IT, e as competências que são exigidas àqueles que hoje asseguram a função fiscal são conhecimento, criatividade e capacidade de colaboração com aqueles que gerem os sistemas. Num mundo em que tudo está interligado, em que a excelência é cada vez mais um padrão, em que a performance já é muito elevada e será ainda mais, só há um fator diferenciador para inovar: nós humanos! O que era ficção científica já não é ficção na função fiscal, e são as Administrações Tributárias (AT’s) que estão a dinamizar esta era de transformação da função fiscal. A transformação digital da função fiscal já é uma realidade que…

Mas até que ponto os intervenientes da função fiscal (e financeira) estão efetivamente conscientes do que tudo isto significa, do impacto para a sua organização e do que é necessário fazer acontecer e como? Até que ponto os responsáveis da função fiscal estão preparados para uma mudança exponencial? Nesta era de transformação digital o conceito de “business as usual” está ultrapassado.

O mundo em que trabalhamos nunca mais será o mesmo, e as competências necessárias são muito diferentes. A função fiscal será assegurada cada vez mais por sistemas, automatismos, geridos por profissionais com competências de IT, e as competências que são exigidas àqueles que hoje asseguram a função fiscal são conhecimento, criatividade e capacidade de colaboração com aqueles que gerem os sistemas.

Num mundo em que tudo está interligado, em que a excelência é cada vez mais um padrão, em que a performance já é muito elevada e será ainda mais, só há um fator diferenciador para inovar: nós humanos!

O que era ficção científica já não é ficção na função fiscal, e são as Administrações Tributárias (AT’s) que estão a dinamizar esta era de transformação da função fiscal.

A transformação digital da função fiscal já é uma realidade que será muito mais abrangente em pouco tempo (menos de 10 anos certamente), e facilitada pelas AT’s, vislumbrando-se a oportunidade de quem tem o conhecimento fiscal usá-lo em benefício das suas organizações e demonstrando que a função fiscal é geradora de valor na organização.

Face a este contexto, urge que as empresas portuguesas façam uma auto-avaliação do que é necessário fazer para recuperar o tempo perdido com inércia, e atuar rápido. O adiamento só vai trazer disrupção. Disrupção porque a AT já tem e está a aumentar muito rapidamente a sua capacidade de automatizar o compliance, de analisar dados massivamente, e por isso, a capacidade de auditar as empresas será muito maior em pouco tempo. O paradigma é informação em tempo real.

E as organizações que não tiverem capacidade de dar resposta a esta enorme capacidade da AT terão um tornado a entrar pela porta que se traduzirá em litigância, desfoco e cash-out. Ou seja, se existe uma oportunidade de demonstrar que a função fiscal pode ser geradora de valor, a inércia vai evidenciar que a função fiscal é destruidora de valor.

Mas como agarrar a transformação digital? O que é a transformação digital? Vamos automatizar alguns processos?

Não. A transformação digital de uma organização exige uma estratégia. Não se resume a robotizar um processo de preenchimento de uma declaração fiscal. É muito mais do que isso.

A transformação digital da função fiscal exige que se compreendam as necessidades de negócio, dentro e fora da organização, que se desafiem os processos da área financeira e fiscal end-to-end, que se adaptem ao ambiente regulatório e à estratégia fiscal da organização, que se capacitem os profissionais, e mais.

São três os vetores principais da transformação digital da função fiscal: processos, tecnologia e pessoas.

E a transformação digital mais não é (simplisticamente) que a revisão e otimização dos processos, e a aplicação de tecnologia sobre os mesmos. Que tecnologia? Depende da realidade de cada empresa. Tipicamente, passará pela agregação de diferentes soluções tecnológicas que permitam estruturar dados, automatizar os processos, visualizar a informação processada, fazer interagir diversas plataformas.

E são as pessoas que farão a diferença. Têm que antes de mais ajustar-se a esta realidade. Deixar de viver em negação ou achar que tudo isto faz parte do futuro. O futuro começou ontem. E esta realidade não implicará certamente a perda do posto de trabalho para todos aqueles que demonstrem ter a iniciativa e capacidade de “surfar esta onda”. Colaborar com elementos da organização que têm as competências tecnológicas e dar utilidade a todo o conhecimento acumulado, ajudando a transpor o mesmo para os sistemas e fortalecendo a sua organização. E sendo criativo na forma de correlacionar os dados processados automaticamente com o objetivo de criar novas dimensões de análise de dados que até aqui não eram usados.

Pronto para a transformação? Quer controla-la ou ser controlado? Nada acontece gradualmente. O futuro não acontece por inerência do passar do tempo. O futuro somos nós que o fazemos acontecer. E o valor está na humanidade!